Se forem
analisados os casos que diariamente se observam a respeito da dificuldade que
muitos têm para expor com clareza seu pensamento, comprovar-se-á que se trata de
um fato muito comum, já que engloba a grande maioria das pessoas. (...)
Começaremos
por dizer que, com efeito, existe uma grande porcentagem de seres que apresenta
essa anomalia psicológica, à qual, a julgar pela indiferença científica, parece
que não se dá importância. Apesar disso, essa importância existe, porque toda
pessoa que carece de rapidez mental e não pode, além disso, expor seus
pensamentos com clareza, dificilmente avança no caminho da vida, desta vida em
que tão necessário é manter ágil o entendimento nas inúmeras circunstâncias que
amiúde devem ser enfrentadas. Se se trata da vida dos negócios, bem sabemos
quão indispensável é uma mente desperta e uma palavra fácil para encarar as mil
situações que não admitem lentidão nem no pensamento, nem na palavra, nem na
ação. O mesmo acontece em todas as outras ordens da vida: um candidato, por
exemplo, que vai em busca de um emprego, tem, se não sabe expor seu pensamento
com clareza e rapidez, uns noventa e nove por cento de probabilidades a menos,
se comparado a quem sabe fazê-lo melhor; nas tarefas de governo e, enfim, onde
quer que o homem ou a mulher devam desempenhar funções de alguma importância, é
igualmente imprescindível possuir essa facilidade na exposição do pensamento,
para ser credor de consideração no que tange às aptidões. (...)
Buscar a
forma de eliminar do ser humano essa anomalia psicológica, reeducando seu
caráter até alcançar uma total emancipação da timidez que o oprime, é aplainar
o caminho a todos os que sofrem as consequências de causas que, alheias ao bom
sentir do coração, foram sendo repetidas de geração em geração, sem que se
conseguisse descobrir em que consistia esse mal que tantos desassossegos e
desditas sempre causou ao indivíduo.
(Trechos
do artigo “De onde provém a dificuldade para expor com clareza o pensamento?”
– Coletânea da Revista Logosofia, Volume 1, p. 241 – 243, São Paulo, 2002)
Questões pra reflexão:
1.
Tenho observações que comprovam a
dificuldade para expor com clareza os pensamentos?
2.
Quais as possíveis causas dessa
dificuldade? Em que fase da vida essa dificuldade começa?
3.
Quais são as principais
consequências (desvantagens) dessa dificuldade na vida?
4.
De que maneira os conhecimento dos
próprios pensamentos pode ser útil nesses casos?
5.
Essa dificuldade está apenas na
expressão oral ou pode afetar também a expressão escrita?
6.
Que relação tem esse assunto com o
conhecimento dos pensamentos e da função de pensar?
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