“A
principal função da universidade é produzir conhecimento ou reparar
injustiças sociais, como a escravidão?”
A presidente Dilma, ao sancionar a Lei de Cotas, deixa claro sua escolha pela
segunda opção. Que riscos ou armadilhas há por trás da lei que obriga as
universidades federais a reservar 50% de suas vagas para estudantes da rede
pública, distribuídas de acordo com a proporção de autodeclarados negros,
pardos ou índios na população?
“O
círculo vicioso que acaba por destinar aos ricos (e brancos) a maior parte
dos lugares nas universidades públicas – sustentadas com o dinheiro de
todos os contribuintes, incluindo negros e pobres – tem de ser quebrado. Mas,
se esse é um problema real, a solução pelas cotas é falsa. Ao decidir que uma
em cada duas vagas será preenchida por critérios indiferentes ao mérito,
o governo incorre em pelo menos
dois riscos. O primeiro é comprometer a excelência do ensino e da pesquisa –
já que, por definição, os cotistas são estudantes mais mal preparados do que
os não cotistas. O segundo é perpetuar as deficiências do ensino público
médio e fundamental, uma vez que a lei corrige na ponta o que deveria ser
resolvido na base. É no ensino fundamental e médio que estão os funis que
mais estreitam o acesso dos desprovidos à educação de qualidade.
A
seu favor, no entanto, a Lei de Cotas tem a vantagem de vir com prazo de
validade. Ela vai vigorar por dez anos, período em que se poderão avaliar,
inclusive, suas supostas vantagens – como a de que, ao misturar alunos mais
preparados, egressos das boas escolas privadas, com alunos menos preparados,
vindos das deficientes escolas públicas, os primeiros “puxariam” os segundos
para cima. Há estudos que apontam nessa direção e que a experiência poderá
confirmar. (Veja, 27/8/2012)
Resumo:
do total de vagas nas Univ. Federais, 50% são destinadas a alunos vindos de escolas
particulares; os outros 50% são destinados
a alunos vindos de escolas públicas, sendo metade desses (25%) para alunos
com renda familiar de até 1,5 salários e metade (25%) para negros, pardos e
índios, na proporção do censo do IBGE.
Brasil:
IDEB da Escola Particular = 5,7; IDEB da Escola Pública = 3,4; São 2.378
instituições de ensino superior, com 240.000 vagas no total. Considerando toda
produção científica do Brasil reconhecida internacionalmente, 86% são trabalhos de Universidades Federais.
Exercício:
Abaixo está uma lista de
opiniões sobre as cotas. Leia e atribua a cada uma os números de 1 a 4,
conforme o seguinte critério:
[ 1
] = CONCORDO [ 2 ] CONCORDO em parte [ 3 ] DISCORDO em parte [
4 ] DISCORDO
[ ] a)
Alunos de escolas particulares ficarão
prejudicados: um aluno com nota pior que a minha pode passar no vestibular
[ ] b)
As oportunidades deveriam ser iguais,
independente de raça, cor, ou classe social; cor não pode ser critério de
seleção
[ ] c)
A Lei das cotas vai ajudar a melhorar a
qualidade do ensino fundamental e médio nas escolas públicas
[ ] d)
A Lei é justa porque faz justiça para um grupo que sempre
ficou em desvantagem
[ ] e)
Com a metade das salas com alunos
fracos, as universidades federais vão piorar o nível de ensino
[ ] f)
O ITA e o IME, melhores escolas públicas de
ensino superior do Brasil ficaram livre das cotas: o que isso significa?
[ ] g)
Deveria haver cotas só para quem tem
baixa renda familiar, independente de raça ou cor
[ ] h)
O governo está criando um clima de
hostilidade racial, quando o problema maior é a desigualdade socioeconômica
[ ] i)
As cotas vão desvalorizar o diploma de
universidades públicas; as federais são o que são por causa de seus alunos
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Este Blog é um canal de comunicação com os alunos do 3o. Ano/Ensino Médio do Colégio Logosófico. As aulas de "Atualidades Temáticas" têm por objetivo formar uma visão analítica sobre temas da atualidade, estimulando nos alunos o exercício de pensar sobre questões que afetam o ser humano no mundo atual e promover reflexões relacionadas com o jovem e a construção do próprio futuro.
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
O que você pensa sobre a Lei das Cotas nas Universidades?
Na semana passada foi sancionada pela Presidente Dilma a Lei das Cotas nas Universidades. O assunto é complexo e tem muitas questões correlatas que exigem nossa reflexão para entender melhor a medida tomada e suas consequências. Dentre outros temas, a Lei das Cotas nos leva a pensar em: justiça social, melhoria da qualidade de ensino nas escolas públicas de ensino básico, conceito de igualdade, compensação (artificial) de diferenças socio-econômicas no Brasil, classes sociais, raça, cor, etnias, preconceitos, etc.
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