quarta-feira, 28 de março de 2012

Conhecimentos, valores e aptidões para o exercício profissional


Na aula de 27/3 tivemos uma palestra do radialista Paulo Roberto Machado, sobre o tema “Conhecimentos, valores e aptidões para o exercício da profissão”.
Com uma apresentação dinâmica e bem humorada, Paulo Roberto expôs aos alunos aspectos importantes da profissão que exerce há 30 anos. Atualmente faz parte do Sistema Globo de Rádio, onde apresenta um programa diário, ao vivo, com 3 horas de duração.
Paulo Roberto falou sobre a importância do preparo das condições internas, para o sucesso profissional, especialmente no seu caso, onde as demandas por eficiência, rapidez de resposta, saber lidar com diferenças, etc., são condições pessoais da maior importância.
Destacou também o valor do conhecimento e controle dos pensamentos e o exercício da função de pensar, como fatores determinantes de uma conduta equilibrada, segura e isenta de influências que comprometem o ânimo e o desempenho pessoal.
Uma das recomendações do palestrante para os alunos foi a de criarem suas próprias defesas mentais, especialmente diante de tudo que vemos, ouvimos ou lemos através dos meios de comunicação. Isso é necessário pois a mídia pode divulgar ideias, pensamentos e opiniões em função de interesses corporativos próprios, os quais nem sempre são os mais adequados ao critério pessoal.  
Concluindo, Paulo Roberto valorizou os seguintes pontos em relação à colocação diante da profissão:
        Gostar do que faz
        Fazer a diferença na vida do outro
        Colaborar com o meio que me cerca
        Ter remuneração digna
        A profissão deve me solicitar uma superação constante
        O exercício profissional deve dar tempo para a convivência familiar

segunda-feira, 19 de março de 2012

Tarefa sobre o exercício de pensar

1.    Leia o texto “A função de pensar e os pensamentos” (postado no Blog)
2.    Faça um resumo de até 80 palavras, descrevendo o que você entendeu 
3.    Descreva uma pergunta que o texto responde claramente.
4.    Escreva até 5 perguntas que a leitura do texto sugere, porém não responde diretamente
5.    Elabore um mapa conceitual sobre a função de pensar, mostrando relações com outros aspectos da inteligência, mente, pensamentos, etc. Procure mostrar o que voce acha que a função de pensar utiliza (entradas) e o que ela produz (saídas)
6.    Traga as anotações para o trabalho em conjunto na próxima aula
7.    Que movimentos internos você observou enquanto realizava esta tarefa?


A função de pensar e os pensamentos

Quando se fala de pensamento, é comum referir-se indistintamente à razão, à mente, à inteligência, à reflexão, à imaginação, etc., como se tudo tivesse a mesma função, e até são muitos os casos em que se toma uma coisa por outra, sem distinção alguma.
A Logosofia define a função de pensar como um ato que a mente exerce para elaborar um pensamento, uma idéia ou, simplesmente, a descrição de um motivo que uma circunstância determinada exige para os fins de uma explicação. A função de pensar é, pois, um ato que se poderia chamar de criador, desde o momento em que cria, na mente, a existência de um pensamento ou de uma idéia que até esse instante não existia; mas esse ato também satisfaz a outras necessidades da inteligência, como é a de coordenar e selecionar os elementos que depois serão usados para encarar assuntos ou problemas, sejam eles de incumbência pessoal ou geral.
A função de pensar se diferencia nitidamente de todo esforço mental que se possa fazer para recordar conhecimentos ou coisas que se achavam ausentes da zona mental imediata ao domínio espontâneo da própria vontade, seja por esquecimento, seja por falta de uso deles. O esforço mental para recordar atrai os pensamentos esquecidos, e isto, naturalmente, nada tem a ver com a função de pensar. Cada um, segundo seja sua capacidade mental e o cultivo de sua inteligência, pode ter à sua disposição um acúmulo de conhecimentos que, por pertencerem a seu acervo pessoal, não requerem um novo processo de elaboração, e a inteligência, quando se dispõe a usá-los, espontaneamente os toma do arquivo mental próprio, arquivo que, como é natural, constitui o cabedal de saber adquirido pelo estudo e pela experiência.
No trato corrente, é freqüente observar como se confunde de modo contínuo o papel que a inteligência desenvolve com o dos pensamentos e da função de pensar. Quem tiver feito estudos a fundo sobre essas questões aparentemente complexas do entendimento terá podido surpreender, sem maior dificuldade, a diferença substancial, aqui apontada, entre um e outro ato da mente ou da inteligência.
O certo é que a função de pensar se exerce, quase sempre, nos momentos dedicados ao estudo, ou naqueles em que devem ser encarados, porque assim exigem as circunstâncias, assuntos com a participação ativa da própria capacidade; diferentemente disso, nas relações diárias entre uns e outros geralmente são usados pensamentos de diversa índole, que cada um tem à disposição dentro de sua mente.
Esta discriminação que fazemos entre a função de pensar e os pensamentos é extremamente necessária para o ordenamento das atividades da inteligência e, sobretudo, para que se possa ter uma visão clara a respeito de como o ser deve se comportar no emprego das próprias opiniões e de seus juízos.    
                                                      (Rev. Logosofia Vol 1 – p. 183) 

Outra definição do que é "pensar"
(Introd. ao conhecimento logosofico – p. 204)

Pensar é também: “observar, meditar, refletir e selecionar. Ele tem um poder sugestivo enor­me, e esse poder é o que fecunda a mente e a prepara, para que possa cumprir por si mesma sua grande finalidade: criar seus próprios pensamentos.”
“O exercício da mente no ato de pensar proporciona íntima e grata alegria, e quanto mais praticarem, tanto mais fácil resultará e mais cuidarão de não serem influenciados por pensamentos que, sem ser seus, governavam sua mente.” 

terça-feira, 13 de março de 2012

Como construir um Mapa Conceitual

No exercício proposto na aula anterior (aula de 13/3), foi sugerido a elaboração de um Mapa Conceitual descrevendo seu entendimento sobre a Função de Pensar. 
Um Mapa Conceitual (MC) é uma forma gráfica para representar conceitos, seus significados e relações entre conceitos. Um MC pode ser usado para mostrar como um conhecimento está estruturado ou organizado. Pode ser usado também para comunicar a outros uma visão sobre determinado assunto assim como para ajudar a analisar questões ou temas nos quais se deseja aprofundar em seu estudo. Mapas conceituais são também denominados de Mapas Mentais ou Mapas Semânticos. É também um recurso muito útil para aprendizagem de novos conceitos. 
Utilize as orientações deste link para construir seus mapas conceituais e fazer o download do software gratuito CMap, específico para desenhar MC´s.
Bons estudos!

Exemplo de um Mapa Conceitual - MC

Para que vocês possam ver um exemplo de um Mapa Conceitual e relacionar com algo que conhecem (nossas aulas), incluo abaixo um mapa para explicar a origem, as atividades e onde queremos chegar com a disciplina "Atualidades Temáticas". Este MC explica, em linguagem gráfica, as idéias gerais para esta disciplina e seus objetivos. Veja também o post "Como construir um Mapa Conceitual - MC". Observe que um MC é de grande utilidade para assimilação e aprofundamento em qualquer conceito, em todas as áreas do conhecimento.


PS.: Caso necessitem de alguma ajuda ou explicação adicional, entrem em contato ou postem comentários no Blog. Sintam-se à vontade para manifestar suas observações e sugestões sobre nossas aulas.

segunda-feira, 12 de março de 2012

"O Exercício de Pensar" (Parte 1)


Atividade para a aula de 20/3/2012
Formar grupos de 4 alunos  e escolher um dos participantes para ser o relator
1.  Leia o texto “Voce sabe pensar ou segue a corrente?"
2.   Faça um resumo de até 80 palavras, descrevendo o assunto tratado
3.   Escreva uma pergunta que o artigo responde claramente
4.  Escreva até 5 perguntas que a leitura do artigo sugere, porém não responde e que podem ser objeto de uma pesquisa ou aprofundamento no tema (Ex.: Quem não pensa pode ensinar outra pessoa a pensar? Fazer um povo acreditar que pensa seria uma forma de dominação ideológica? Pensar para que?)
5.  Que movimentos internos você observou enquanto realizava esta tarefa?
6.  Participe do debate com os colegas, apresentando o trabalho do seu grupo

Voce sabe pensar, ou segue a corrente?

Em todas as épocas e lugares, a juventude foi sempre sinônimo de renovação e mudança. A partir da adolescência, com o despertar da razão, surgem os questionamentos, as contestações, as famigeradas “rebeldias”.
Acontece, porém, que o jovem segue dependendo muito dos maiores, dos que têm a experiência que a ele ainda falta. Nada mais natural. Por isso mesmo, as bandeiras das “revoluções” juvenis foram sempre fabricadas por mentes de adultos que se apresentam como líderes de religiões e de movimentos políticos, próceres de ideologias extremistas e de modismos excêntricos, escritores carismáticos, filósofos do pró e do contra, e por aí vai.
Quem se considera fanático?
Grande número de jovens, a partir da mais tenra infância, tem na família e na escola as instituições cuidadosas por excelência da tarefa de criar crentes, e não pensadores. Mais tarde, os ídolos da juventude não fazem outra coisa.
A esses adultos nunca interessou ensinar aos jovens como pensar por si mesmos. Mais não fazem do que encher as mentes juvenis de pensamentos seus, pensamentos alheios, pois o propósito é a submissão, é engrossar os rebanhos deste mundo, nos quais o que vale é a obediência à voz de comando, à voz do dono.
Mas os jovens fanatizados veem isso? Quem se considera fanático? Fanáticos existem, é verdade, mas são sempre os outros...
Aprender a pensar desde criança
 Você sabe a diferença entre pensar e pensamento? Difícil? Não desanime! Descartes não sabia. Para o famosíssimo filósofo francês – autor da igualmente famosa sentença “Penso, logo existo” –, pensar e pensamento, eu e coisa, são termos sinônimos que concorrem para um mesmo fim.
Para Ana Gabriela Carvalho de Souza (23), formada em Comunicação Social e atualmente cursando o 1º período de Pedagogia, “de pouco adiantará, por exemplo, termos uma supermáquina se não soubermos utilizá-la. Nada mais óbvio. E essa mesma conclusão óbvia se aplica à máquina mais completa e mais poderosa que existe: nossa extraordinária mente”.
Luís Fernando S. de Abreu Chagas (19), do 3º período de Engenharia Mecânica, compreende que “aprender a pensar é vital para o futuro da vida psicológica, moral e espiritual de todo jovem e, portanto, para o futuro da própria vida humana na Terra”. Diz isso porque, segundo já concluiu, “muitas já foram as tentativas de modificar o mundo, mas todas falharam e haverão de falhar, por não partirem do próprio homem, do homem que saiba pensar, que seja livre para pensar, do indivíduo”.
Explicando como pensa que isso se daria, Luís Fernando adiciona: “Se a humanidade é constituída de homens e mulheres, o mundo só mudará quando esses homens e essas mulheres mudarem, e para isso terão que aprender a pensar sendo ainda crianças e jovens, antes que seja tarde demais.”
O mais sério engano
Para a Logosofia, pensar é um processo mental de elaboração, enquanto pensamento é coisa pronta, já pensada por você ou por outra pessoa. Compreendendo isso, você também compreenderá que, se tiver a mente o dia todo ocupada com mil assuntos, isso nem sempre significará que você esteve pensando. Você pode, simplesmente, ter usado o que chamamos de “coisa pronta”, os pensamentos, que tanto podem ser seus como originados em outras mentes.
Que tal passar a vida com a mente abarrotada de pensamentos alheios, acreditando ingenuamente estar sabendo pensar? Quer engano mais sério do que este?
Quem aprende a pensar faz a diferença
No mundo inteiro, por exemplo, os jovens  fanáticos de uma seita qualquer, de  uma corrente ideológica, de um livro sagrado,  de um ídolo artístico, esportivo, literário,  político ou religioso, são mansos veículos  de pensamentos alheios, de “coisas  prontas” elaboradas em cada uma dessas  fontes. 
São meros intérpretes de pensamentos dos outros, de pensamentos que mandam e desmandam na vida de quem os aceitou sem questionar, sem duvidar de nada, sem pensar. 
Diferente é quando a juventude aprende a pensar de verdade, começando por enxergar  a diferença enorme que existe entre os pensamentos e a função de pensar. Cada  jovem, então, comprova que os pensamentos constituem verdadeiras entidades  psicológicas animadas e podem ser próprios ou alheios, positivos ou negativos, intermitentes  ou obsessivos, autônomos ou dependentes da vontade e da inteligência. 
(Fonte: Revista Logosofia, no. 16, p. 36, Belo Horizonte, 2010)

quinta-feira, 8 de março de 2012

Ciclo de estudos sobre "O exercício de Pensar"

Vamos iniciar na próxima aula (13/3) um ciclo de aulas sobre "O exercício de Pensar".
Por que este tema? São muitos os motivos. Eis alguns deles: a necessidade que cada um tem de ter suas próprias idéias, elaborar suas análises, selecionar os pensamentos que entram em nossa mente, resolver problemas, criar soluções, compreender assuntos mais complexos e adotar uma posição investigativa em relação a vários temas da atualidade. Devemos lembrar também que "pensar" é uma das funções mais importantes da inteligência e a que contribui para solução de muitas questões e problemas ao longo da vida. 
Na primeira aula sobre o tema, vamos fazer uma relação de questões que voces gostaria de saber sobre "O exercício de Pensar": conceito sobre o que é pensar, fatores que ajudam e dificultam pensar, dúvidas, conceitos equivocados sobre o que é pensar, etc.
Um dos textos que vamos utilizar está postado aqui no Blog e tem o título de "Aprendendo a pensar" de  autoria do administrador Stephen Kanitz. O outro texto é "Voce sabe pensar ou segue a corrente?", também publicado no Blog. Se possível, leia os textos antes da aula e procure refletir sobre as questões acima. 
Espero que o estudo (e prática) deste tema seja bastante útil para vocês. 



Aprendendo a Pensar

Stephen Kanitz
www.kanitz.com.br
A maioria das aulas que tive foi expositiva. Um professor (...) falava horas a fio, andando para lá e para cá. Parecia mais preocupado em lembrar a ordem exata de suas idéias do que em observar se estávamos entendendo o assunto ou não.
Ensinavam as capitais do mundo, o nome dos ossos, dos elementos químicos, como calcular o ângulo de um triângulo e muitas outras informações que nunca usei na vida. Nossa obrigação era anotar o que o professor dizia e na prova final tínhamos de repetir o que havia sido dito.
A prova final de uma escola brasileira perguntava recentemente se o país ao norte do Uzbequistão era o Cazaquistão ou o Tadjiquistão. Perguntava também o número de prótons do ferro. E ai de quem não soubesse todos os afluentes do Amazonas. Aprendi poucas coisas que uso até hoje. Teriam sido mais úteis aulas de culinária, nutrição e primeiros socorros do que latim, trigonometria e teoria dos conjuntos.

Curiosamente não ensinamos nossos jovens a pensar. Gastamos horas e horas ensinando como os outros pensam ou como os outros solucionaram os problemas de sua época, mas não ensinamos nossos filhos a resolver os próprios problemas.
Ensinamos como Keynes, Kaldor e Kalecki, economistas já falecidos, acharam soluções para um mundo sem computador nem internet. De tanto ensinar como os outros pensavam, quando aparece um problema novo no Brasil buscamos respostas antigas criadas no exterior. Nossos economistas implantaram no Brasil uma teoria americana de "inflation targeting", como se os americanos fossem os grandes especialistas em inflação, e não nós, com os quarenta anos de experiência que temos. Deu no que está aí.
De tanto estudar o que intelectuais estrangeiros pensam, não aprendemos a pensar. Pior, não acreditamos nos poucos brasileiros que pensam e pesquisam a realidade brasileira nem os ouvimos. Especialmente se eles ainda estiverem vivos. É sandice acreditar que intelectuais já mortos, que pensaram e resolveram os problemas de sua época, solucionarão problemas de hoje, que nem sequer imaginaram. Raramente ensinamos os nossos filhos a resolver problemas, a não ser algumas questões de matemática, que normalmente devem ser respondidas exatamente da forma e na seqüência que o professor quer.
Matemática, estatística, exposição de idéias e português obviamente são conhecimentos necessários, mas eu classificaria essas matérias como ferramentas para a solução de problemas, ferramentas que ajudam a pensar. Ou seja, elas são um meio, e não o objetivo do ensino. Considerar que o aluno está formado, simplesmente por ele ter sido capaz de repetir os feitos intelectuais das velhas gerações, é fugir da realidade.
 Num mundo em que se fala de "mudanças constantes", em que "nada será o mesmo", em que o volume de informações "dobra a cada dezoito meses", fica óbvio que ensinar fatos e teorias do passado se torna inútil e até contraproducente. No dia em que os alunos se formarem, mais de dois terços do que aprenderam estarão obsoletos. Sempre teremos problemas novos pela frente. Como iremos enfrentá-los depois de formados? Isso ninguém ensina.
Existem dezenas de cursos revolucionários que ensinam a pensar, mas que poucas escolas estão utilizando. São cursos que analisam problemas, incentivam a observação de dados originais e a discussão de alternativas, mas são poucas as escolas ou os professores no Brasil treinados nesse método do estudo de caso.
Talvez por isso o Brasil não resolva seus inúmeros problemas. Talvez por isso estejamos acumulando problema após problema sem conseguir achar uma solução.
Na próxima vez em que seu professor começar a andar de um lado para o outro, pense no que você está perdendo. Poderia estar aprendendo a pensar.
Stephen Kanitz é administrador                                                      
 
Artigo Publicado na Revista Veja, Editora Abril, edição 1763, ano 35, nº 31, 7 de agosto de 2002, página 20.